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sábado, 13 de junho de 2009

Monocromia.

Cinza. O dia amanheceu cinza. Tudo estava cinza. Cinza da cor da fuligem. Cinza da cor da neblina que cobria o dia. Cinza da cor da fumaça dos cigarros e da pele dos fumantes. Cinza da cor dos automóveis, dos edifícios. É difícil, acredite. O cinza tomou conta do ar, das roupas, das ruas. O cinza estava presente nos olhares, nos pensamentos, nas memórias. O cinza era um só com os corações.

Mas d'onde veio esse cinza? até ontem ele não estava aí! Será que ele veio das fábricas? Ou talvez tenha vindo das casas. Da lenha que espanta o frio, talvez? Quem sabe não choveu cinza a noite toda enquanto eu dormia? Possível, por que não?! Provável, não sei dizer. Ele pode ter vindo pelo ar, e então não seria bom nem respirar. Talvez o cinza tenha vindo de fora. Talvez o cinza tenha vindo de dentro. De mim.

Bom, mas de que adianta o cinza? De que adianta saber d'onde o cinza veio e pr'onde vai? Talvez se eu dormir agora, amanhã o cinza tenha ido embora. É isso! Vou dormir agora. Afinal, enquanto eu tento entender o cinza, a negra noite se desenrola e amanhã é dia de branco.

Um comentário:

Alexandre Cunha disse...

o cinza do corpo intacto das virgens que rodeiam seus pensamentos, meu amigo! kkkkkkkkkkkkk

mooooorgue