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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Acordou, se levantou, se expreguiçou e foi para o banho.
Eram 4:30 da manhã de uma segunda-feira pós feriadão, mas ainda assim abrira os olhos com um sorriso de satisfação e com aquele ânimo tão típicos de sua personalidade.
Se trocou, pegou a coleira e foi levar o cão da família para passear.
Cumprimentou o porteiro na saída e na chegada, perguntou-lhe como ía a família, ajudou com alguns serviços e só então subiu, ainda sorrindo e com aquele ar de menino em véspera de natal.
Tomou novo banho, vestiu seu terno e sua gravata defronte do espelho do quarto e, enquanto se asseava, deu boas risadas como quem lembra de uma velha e boa piada.
Preparou o café, beijou a testa da mãe e conversou sobre futebol com o pai antes de pegar as chaves do carro e ir trabalhar.
No escritório distribuiu 'bons dias' a todos, sentou-se à mesa e realizou seu trabalho com zelo, comprometimento e competência, como de costume, e riu, meio sem graça, quando foi elogiado pelo chefe e por seus companheiros de labuta.
Às 18:00 saiu do trabalho rumo à faculdade, onde era representante de turma e líder do movimento estudantil. Lá sorriu tímido ao ser chamado carinhosamente de desgraçado e CDF pelos amigos ao receber mais um resultado excelente.
Na saída chamou os amigos para um 'happy hour', onde comemoraría 2 anos de namoro. Deu o endereço do bar e fui buscar a namorada.
Chegando na casa da amada deu um sorriso bobo de homem apaixonado ao vê-la, mais linda que nunca, e então beijou-a com força.
No bar riu e fez rir. Contou piadas, falou dos planos, bebeu e até fez um discurso.
Sorriu da namorada ao perceber que ela estava dirigindo seu carro, algo que no estado em que ele estava certamente não seria capaz de fazer.
Ao chegar na casa dela ambos entraram, se olharam, sorriram, se beijaram, se amaram e tudo acabou no mais sublime sorriso de gozo.
Ainda ouviu e disse muitos 'eu te amo' antes de pegar no sono.

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Entretanto teve um sonho.
Melhor dizendo, foi um pesadelo.
Acordou então sobressaltado e sentou-se à beira da cama, onde sentiu o sal das lágrimas alcançarem seus lábios.
Tentou se recompor para não acordar a namorada mas, vendo que não era capaz, correu para o banheiro ainda sem entender o porque de tanto desespero.
Subitamente pensou em matar. Em se matar!
Sem entender muito bem o porque de estar fazendo aquilo ele trancou a porta do banheiro, quebrou o espelho aos murros e, antes que os sete anos de azar chegassem, rasgou a jugular com um caco.

Quem é este homem meu Deus, quem é?
Este homem que sorriu com razão durante a vida toda, mas que no final estava alí agonizando sozinho, engasgando com lágrimas e sangue?

domingo, 15 de novembro de 2009

Eu tive um sonho.

Eu tive um sonho.

Sonhei que morria.

Sonhei que num instante eu estava bem, e no outro eu morria.
Nesse sonho eu não conseguia ir em paz e ficava a vagar.
E enquanto eu vagava eu seguia as pessoas que eu amava.

E foi assim que eu ví meus amigos encontrarem novos amigos,
Meus mestres ensinarem a novos alunos,
Meus pais se dedicarem mais aos meus irmãos,
Meus amores amarem novos amores...

Só aí eu percebi a grandeza das pequenas coisas,
E como para o universo a vida humana é nada mais que um grão de areia
E como um grão de areia retirado de uma praia não estraga a paisagem,
Minha ida não mudaria o mundo.
Nesse momento fui tomado de uma paz intensa
e pude finalmente ascender.

Sim, eu tive um sonho.


Pensando melhor, acho que foi um pesadelo.